Para qualquer lado que olhamos parece existir uma única mensagem: consuma,consuma, consuma. Pode ser uma camisa, um perfume, uma viagem… Algo que estamos precisando ou apenas desejando. Por trás desse consumo há quase sempre uma promessa de felicidade. “Eu compro para me sentir bem” é a frase que faz parte do repertório de muitas pessoas.
É verdade, comprar pode mesmo dar prazer e trazer alguns momentos de alegria. Mas não se iluda, esse tipo de felicidade é passageiro.
Nossa consciência, voltada para o consumo, articula um modo de vida engessado e repetitivo. E assim vivemos presos, perdidos nesse emaranhado onde o Ter define o Ser.
O desenvolvimento de nossa consciência exige diversidade. Consumir não é necessariamente um problema para nosso desenvolvimento pessoal. O problema é quando toda nossa atenção se volta para o consumo. Quando nosso corpo e mente ficam a disposição dos nossos desejos de consumir e nossos dias, meses e anos de vida viram uma sucessão de “modos de aquisição material”.
Como nossa consciência precisa de diversidade para desenvolver-se, precisamos ter outros interesses. E estes interesses podem ser interesses simples como uma boa conversa, um passeio pela natureza, um almoço preparado em conjunto com pessoas queridas, uma meditação, contemplar o mar ou as estrelas… Nosso processo de individuação está atrelado a isso. E nossa verdadeira realização pessoal também.
Muitas pessoas desejam ser menos ansiosas, mais calmas, mais equilibradas, menos ciumentas, etc. Esses são objetivos de vida que, quando agregados a nossa personalidade, ampliam nossa capacidade de ser e estar no mundo. O desenvolvimento desses “talentos” humanos nos colocam no caminho do desenvolvimento do nosso ser. Quem já experimentou esse processo sabe que esse é um caminho que traz realização, satisfação e propósito.
Portanto, procure enxergar que existem muitos caminhos que sua consciência pode seguir. O caminho do consumo é apenas um deles. Existem outros exemplos de caminhos que são muito percorridos como o caminho dos vícios e o caminho do interesse pela vida alheia. Assim como existe o caminho do autoconhecimento, do desenvolvimento pessoal, da vida em comunidade, da vida minimalista, entre outros.
É importante que nesse momento você pare e reflita sobre o caminho que está percorrendo nessa fase de sua vida. Qual é o foco na sua vida hoje? Para qual direção você olha? Onde você tem colocado sua energia, seu propósito? Para onde esse caminho vai te levar?
Lembre-se de que o verdadeiro propósito de vida vem da sua alma. E a alma não quer viver na Sombra.
Se você se perceber distante de uma proposta de desenvolvimento pessoal, corrija a rota, estabeleça um objetivo e siga nessa direção. Faça o que for necessário: busque um estilo de vida mais saudável, dedique mais tempo a você, aos amigos e a família, procure ajuda profissional se for preciso. Nessa direção também existem muitos caminhos.
Não deixe sua vida passar sem que você tenha verdadeiramente tentado ser hoje melhor do que foi ontem.
Ao introduzir esse movimento na sua vida você estará se conectando com o sagrado* e assim a vida passa a acontecer de maneira mais fluida e natural.
* Esclareço que aqui, a palavra sagrado não tem conotação religiosa, mas indica algo que traz significado para a vida.
