Sonhos lúcidos: sonhar pode ser uma experiência consciente

Você já teve um sonho lúcido?

Eu já, e confesso que foi uma experiência um pouco estranha, de início. Não tive muitos. E nem me dedico a ter. Tem gente que treina para ter sonhos lúcidos. Existem comunidades dedicadas a aprender como ter sonhos lúcidos. Apesar do esforço, ter um sonho lúcido pode ser fascinante, mas também é desafiador. Afinal, atravessar a fronteira onírica levando a consciência consigo não é tarefa fácil.

O que sabemos sobre sonhos lúcidos é que eles tendem a acontecer durante o sono REM tardio. Neste tipo de sonho o sonhador está ciente de que está dormindo, mas é capaz de controlar eventos dentro do sonho.

Escolher qual caminho seguir, se vai andar ou voar, que permanece ou sai de um lugar são exemplos de escolhas possíveis ao sonhador quando em um sonho lúcido. O ego onírico torna-se atuante. E o quanto pode decidir varia de sonho para sonho e de sonhador para sonhador.

Já ouvi relatos de sonhos lúcidos onde o sonhador conseguia tomar várias decisões durante o sonho, inclusive buscar outros “cenários”, lugares, experiências, que o sonho não apresentava. Algo como: não gostei dessa floresta quero ir para uma praia.

Já em outros sonhos o sonhador consegue tomar uma ou outra decisão, mas pouco influenciando a dinâmica do sonho. Isso é mais comum. O ponto principal de um sonho lúcido é saber que você está sonhando. Normalmente quando sonhamos não temos consciência disso.

Como funcionam os sonhos lúcidos

Estudos sugerem que o cérebro passa por mudanças fisiológicas durante um sonho lúcido. Pesquisas que utilizaram fMRI (Ressonância Magnética Funcional) indicam que o córtex pré-frontal e uma rede cortical incluindo as zonas frontal, parietal e temporal são ativadas quando começa o sonho lúcido. Isso parece estar relacionado à consciência desperta, que indica lucidez.

Em tese, qualquer pessoa pode ter um sonho lúcido, mas a maioria das pessoas tendem a ter sonhos não lúcidos, aqueles sonhos “normais”, onde não sabemos que estamos sonhando.

Na prática não é tão simples gerenciar os sonhos. Certos “treinamentos” para desenvolver essa capacidade tendem a não render muitos frutos. Parece haver uma autonomia neste departamento, tornando os sonhos pouco acessíveis à consciência desperta. Carl Jung disse que os sonhos são produzidos no inconsciente e que a consciência de nada participa na elaboração deles. Claro que ele não estava se referindo aos sonhos lúcidos, mas talvez explique, em parte, a dificuldade que temos em “gerenciar” os próprios sonhos.

O fato é que um sonho lúcido pode ser uma experiência muito, muito interessante.

Bons sonhos para você!

Sobre a autora

Giane é psicóloga junguiana com mais de 20 anos de experiência em interpretação dos sonhos. Apaixonada por simbolismo e autoconhecimento.

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