
Não importa quantos anos você tem, a criança que um dia você foi ainda vive e influencia a sua vida.
O conceito de “criança interior” é um termo usado pela Psicologia para definir essa parte íntima, ligada as crenças e aos afetos que foram construídos na infância. Em maior ou menor grau, essa criança que fomos, ainda carrega em nós seus anseios e carências. A necessidade de amor, cuja falta nos vêm da infância, é responsável por muitas tendências autodestrutivas e insatisfações nas relações pessoais. Essa criança precisa ser cuidada para o equilíbrio da nossa vida emocional.
A criança interior é o resultado de experiências vividas desde o momento da concepção até o final da infância. Dependendo do que você recebeu dos pais e do ambiente em que se desenvolveu, sua criança interior pode trazer em seu íntimo criatividade, alegria, intuição, sensibilidade, autenticidade, mas também rancor, medos, culpa, solidão, desamor, obsessões, etc.
A criança interior é tão importante que podemos considerar que ela é a mais fiel representação de quem verdadeiramente somos, pois nossos impulsos são amplamente influenciados pela percepção que a criança interior tem da vida.
Se há alguma parte ferida em seu ser, essa parte ferida é a sua criança.
Se você crê em um potencial divino existente em cada ser humano, a criança interior é o guardião desse potencial.
Para a ampliação da sua consciência e seu desenvolvimento pessoal é fundamental que você se conecte com sua criança interior e cuide de suas dores e feridas, assim como dê vasão a toda criatividade e potencialidade que ela dispõe.
Saiba que a autoestima é resultado da interação entre sua criança interior e o mundo. Todos nós temos ou tivemos feridas emocionais. A cura da criança interior envolve a capacidade de ouvi-la, abraça-la, acolher seus sentimentos, educá-la, colocar-lhe limites saudáveis sobre suas reações e comportamentos.
A conexão com a criança interior permite a cura dos medos e conflitos, assim como recupera toda a ternura e capacidade de amar.
Quando nos esquecemos de nós mesmos, não nos importamos e não servimos a nossa criança interior, nossas necessidades, emoções, desejos e sonhos são frustrados. Entramos em conflito entre nossos pensamentos e nossos sentimentos. Se esse conflito não for resolvido, estaremos nos abandonando ou nos traindo. Quando vivemos desconectados de nossa criança interior, criamos confusão, descontentamento, solidão e infelicidade em nossas vidas. E assim, inicia-se um ciclo vicioso de busca por amor, aprovação, aceitação e apoio de outras pessoas. Mas o que realmente precisamos não está no outro, mas na escuta e acolhimento que podemos dar a nossa criança interior. Ninguém pode fazer isso por nós.
Revisitar as lembranças de infância através da psicoterapia, trabalhos em grupo voltados para o contato com a criança interior e a meditação são formas de nos conectarmos a esse profundo aspecto do nosso ser.
A conexão com a criança interior permite a cura dos medos e conflitos, assim como recupera toda a ternura e capacidade de amar.
Esse é um caminho de descoberta e de desenvolvimento do nosso amor por nós mesmos. Todo amor que podemos dar inicia pelo amor que podemos nutrir por nós mesmos.
Nesta jornada para o nosso interior, é essencial conhecer um pouco mais sobre os nossos pais , aceitá-los pelo que fizeram e perdoá-los se sentirmos ressentimentos por eles.
Eu encorajo você a começar essa jornada. Cure suas feridas, recupere sua ternura, criatividade e capacidade de amar. Esse processo é feito aos poucos e com paciência. Sua criança ainda vive e pede um pouco de atenção.
Cuide-se.